ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-9-2002.

 


Aos cinco dias do mês de setembro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e quatorze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo Zaffari, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo n° 035/02 (Processo nº 0979/02), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a MESA: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor André Meyer da Silva, Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Marcelo Zaffari, Homenageado; a Senhora Adulce Maestrelli Zaffari, esposa do Homenageado; o Vereador Paulo Brum, 2° Secretário da Casa. Também, foi registrada a presença da Senhora Santina de Carli Zaffari, mãe do Homenageado. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional, executado por quarteto de cordas e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Paulo Brum, em nome das Bancadas do PSDB, PSB, PHS e PPS, teceu considerações acerca de fatos alusivos à trajetória pessoal e à atuação profissional do Senhor Marcelo Zaffari, destacando o trabalho desenvolvido por Sua Senhoria como empresário comercial e industrial e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, saudou o Senhor Marcelo Zaffari pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, comentando a relevância da honraria hoje concedida a Sua Senhoria e abordando dados relativos ao trabalho desenvolvido pelo Senhor Marcelo Zaffari como diretor da Companhia Zaffari de Supermercados. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PFL, cumprimentou o Vereador Paulo Brum pela iniciativa da concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo Zaffari, enaltecendo o amor e a união existentes entre os familiares do Homenageado e afirmando ter sido este um fator fundamental para o sucesso dos empreendimentos comerciais da família Zaffari. O Vereador Nereu D’Avila, em nome da Bancada do PDT, prestou sua homenagem ao Senhor Marcelo Zaffari, gizando a importância do trabalho desenvolvido por Sua Senhoria, no sentido de exercer suas atividades profissionais com responsabilidade e consciência social, contribuindo para o desenvolvimento da economia do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador João Antonio Dib, em nome da Bancada do PPB, salientou a justeza da concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo Zaffari, lembrando episódios em que familiares do Homenageado foram também agraciados com honrarias municipais e destacando a importância do apoio familiar para o sucesso da jornada empresarial de Sua Senhoria. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, teceu considerações sobre a carreira empresarial do Senhor Marcelo Zaffari, especialmente no que tange à contribuição prestada pelo Homenageado à economia de Porto Alegre e ressaltou que a honraria hoje concedida a Sua Senhoria significa a homenagem do povo de Porto Alegre, prestada através de seus legítimos representantes. O Vereador Fernando Záchia, em nome das Bancadas do PMDB e PC do B, pronunciou-se sobre o trabalho desenvolvido pelo Senhor Marcelo Zaffari, bem como pelos familiares de Sua Senhoria, no sentido de buscar a excelência das atividades comerciais por eles realizadas. Nesse sentido, ressaltou a relevância desse trabalho para o desenvolvimento econômico da Cidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Senhor João Verle e o Vereador Paulo Brum a procederem à entrega do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo Zaffari, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, executado por quarteto de cordas, informou que, após o encerramento da presente solenidade, seria oferecido um coquetel aos presentes na Avenida Cultural Clébio Sória, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e quarenta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador José Fortunati e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1° Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcelo Zaffari. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Marcelo Zaffari e esposa, a Sr.ª Adulce Maestrelli Zaffari; o Ex.mo Sr. João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Dr. André Meyer da Silva, Vice-Presidente da FIERGS; o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Ver. Paulo Brum, proponente desta homenagem. Também prestigiam esta homenagem a Sr.ª Santina de Carli Zaffari, matriarca da família Zaffari, e em seu nome, quero saudar os demais familiares, especialmente os irmãos Pedro João, João Benjamin, Cláudio, Ivo e Airton. Cumprimento os senhores presidentes, dirigentes e representantes de entidades de classe, senhores diretores e funcionários do Grupo Zaffari, senhores empresários, demais autoridades, senhores da imprensa, senhoras e senhores.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional, executado pelo Quarteto de Cordas.

 

(Apresentação do Quarteto de Cordas que executa o Hino Nacional.)

 

O Ver. Paulo Brum está com a palavra, como proponente e pelas Bancadas do PSDB, PSB, PHS, e PPS.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer da satisfação pessoal em estar aqui como proponente desta homenagem ao particular amigo Marcelo Zaffari, concedendo-lhe o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, numa justa homenagem a sua luta e trabalho realizado em prol do bem-estar de todos os gaúchos, em especial dos porto-alegrenses.

Querido amigo, cabe ao proponente contar um pouco da história do homenageado, e permito-me tecer breves considerações que julgo importantes para este momento.

Nosso homenageado, Marcelo Zaffari, é filho de uma prole de bem-sucedidos homens de negócios, sendo o quarto filho de um total de onze da família de Francisco José Zaffari e Santina de Carli Zaffari. Casado com a senhora Adulce Maestrelli e pai de Greice Zaffari, Marcelo muito jovem assume suas responsabilidades, realizando uma árdua e valiosa aprendizagem no setor de transporte e comercialização de gêneros alimentícios. A experiência humana e familiar vivida em sua juventude definiu seu temperamento, sua maneira de ser e sua forma de atuar, caracterizada pelo senso de decisão e coragem empreendedora.

Nos últimos anos da década de 50, com menos de 20 anos de idade, inicia-se na atividade comercial na loja de seus pais em Herval Grande. Era um comércio de pequeno porte, porém com segmentos de produtos bem variados, indo do armarinho à ferragem sem perder a prioridade aos alimentos. Também nesse tempo o jovem Marcelo Zaffari inicia-se nas atividades de transportes; já nos anos 60, Marcelo Zaffari vem à Grande Porto Alegre onde, juntamente com seu pai Francisco José Zaffari, sua mãe Santina de Carli Zaffari e seus irmãos dá início às atividades no setor de auto-serviços, inaugurando a pequena loja na Av. Protásio Alves, que será o marco inicial de uma jornada que já ganha quatro décadas no setor de auto-serviços.

Desde os anos 70 Marcelo Zaffari posta-se no cargo de Diretor da Cia. Zaffari; a partir de 1996, com o falecimento do querido – que Deus o tenha – Antônio Zaffari, assume o cargo de Diretor Superintendente, cargo que hoje exerce juntamente com seu irmão João Benjamim Zaffari. Seus irmãos Cláudio Zaffari, Ivo Zaffari e o querido amigo, irmão de coração, Airton Zaffari, complementam o quadro diretivo da Empresa, dividindo tarefas, integrando decisões e levando avante o Projeto Zaffari, de bem servir à coletividade.

Marcelo Zaffari é um homem de decisão e fidelidades. Conhecedor pleno e total do setor no qual atua, percebe com arguta sensibilidade qual a decisão que melhor serve aos projetos da Empresa e que melhor se identifica com as aspirações da comunidade a qual endereça os seus produtos e serviços.

Assim foi o seu encaminhamento para a criação da Rede Bourbon e dos shoppings edificados pela Companhia Zaffari.

Valeu a sensibilidade para perceber as tendências do mercado, a grande expansão das cadeias de varejo internacionais para poder dar continuidade aos projetos Zaffari com estrutura e fôlego em um mercado que se tornou altamente competitivo. Basta ver que o Zaffari é uma das poucas empresas brasileiras no ranking das dez maiores cadeias de supermercados atuantes no cenário nacional.

A capacidade de sentir, ouvir, definir metas, cobrar resultados, é inata em Marcelo Zaffari. E isso faz dele um grande líder.

E como sempre acontece, os líderes verdadeiros são homens que aproximam valores humanos, sabem escolher seus assessores e auxiliares e com eles amadurecem as suas decisões. E, assim, sabedoria e coragem se unem para fundamentar o desempenho. Embora o comércio seja a vocação, escola e formação, quando se fez oportuno e necessário, a Companhia Zaffari entrou no ramo industrial, adquirindo a COOPASSO, a Cooperativa Passo-Fundense. A Empresa passou a atuar em 1988, e hoje representa uma alternativa necessária e confiável para a agroindústria e para os produtores rurais da região.

A Companhia Zaffari, Comércio e Indústria armazena aproximadamente um milhão e trezentas mil toneladas de grãos, também nesse setor, sendo que Marcelo Zaffari integra o comando da operação. Hoje, a Companhia Zaffari, Indústria e Comércio exporta milho, soja, derivados de farelo e óleo para a Europa, Estados Unidos e países do Oriente Médio.

Das inúmeras homenagens e condecorações recebidas por Marcelo Zaffari, destacamos, no ano de 1997, a distinção Sucesso Empresarial e Prêmio Líderes e Vencedores, concedido pela Assembléia Legislativa do Estado e FEDERASUL.

No ano de 2000, é agraciado com o Troféu Homem do Milênio, homenagem prestada pela Sociedade Gondoleiros de Porto Alegre. Em 2001, o Prêmio Reconhecimento concedido pela AGAS, em seu evento, “Carrinho do Ouro”, destaca a atuação de Marcelo Zaffari, ex-Presidente da entidade, em tempos desafiadores para o setor. Porém, há outro prêmio que a Marcelo Zaffari e à empresa se confere: é o contentamento das comunidades, a alegria das pessoas quando da inauguração de suas lojas.

As realizações profissionais de Marcelo Zaffari, a importância de seu desempenho para o bem-estar e o conforto da cidade de Porto Alegre e de outras cidades do Estado como Passo Fundo, Canoas, Novo Hamburgo, ainda dizem pouco se não houver o enfoque de sua pessoa. A obstinação em busca de seus objetivos, a visão e sacrifício que tem uma consagração de vida ao trabalho, tudo se completa em uma personalidade simples, em um homem fiel às suas origens, cuja grande alegria é a família, o convívio com seus amigos, o momento de lazer com os seus cavalos crioulos, sempre sem perder o seu modo afável, modesto e, acima de tudo, consciente da responsabilidade de liderar um contigente de, aproximadamente, oito mil auxiliares.

Existem homens que têm o destino de ver crescer tudo o que tocam. Assim é Marcelo Zaffari: um homem destinado ao verbo fazer, uma vocação, uma trajetória e um destino empreendedor.

Mais uma vez eu repito, com honra e com muita emoção: estou orgulhoso em ter a oportunidade de homenagear tamanho ícone do ramo empresarial, respeitado não apenas entre nós, porto-alegrenses, mas em todo o Estado e no País.

Sr. Presidente, senhoras e senhores, querido amigo Marcelo, permita-me, agora, deixar falar um pouco a emoção. Sempre que encontro meu amigo Airton, eu lhe digo, mas esta é uma declaração pública: só sou homem que sou, só sou o Vereador desta Casa, já no terceiro mandato, graças à oportunidade que um dia eu tive na minha vida. Talvez, muitos outros homens e mulheres chegaram a Porto alegre, vindos do interior, com a esperança de aqui construírem sua história, escreverem seus livros; foi assim que, em 1974, eu também cheguei a Porto Alegre. Com 15 anos de idade - e naquele afã, naquela esperança de também construir o meu mundo e a minha história -, as portas sempre estavam fechadas para mim. Como um guri com 15 anos quer trabalhar? Um guri com 15 anos tem que ficar em casa, estudando. Mas estudando de que jeito, se as condições não lhe eram oferecidas?

Sr. Marcelo, quando eu já estava pegando a minha trouxinha e colocando embaixo do braço, quando já tinha decidido voltar lá para a minha Roca Sales, talvez para trabalhar no curtume ou continuar engraxando sapatos, o que muito me honra e muito me orgulha, talvez vendendo picolé nas peladas dos campos de futebol, vou andando pela Av. Ipiranga e vejo uma placa na construção do nosso querido Ipiranga, que dizia: “Precisa-se de serventes, precisa-se de auxiliares de serventes”. Eu fui lá com o intuito de me cadastrar para uma vaga de servente para ajudar a construir o nosso Ipiranga. Foi quando um auxiliar me disse: “Não, meu guri, nós temos coisa melhor para ti, tu não vais virar a massa, vai lá no endereço acima e terás uma oportunidade. “

Recordo-me hoje como se fosse naquele dia, naquele instante, quando eu cheguei, e no outro dia já estava sendo testado para trabalhar na nossa Companhia. Está sempre no meu coração, está sempre guardado comigo aquele momento de esperança, que se tornou realidade.

Daquela oportunidade, meu querido irmão, meu querido amigo Marcelo, foi que tudo se desenhou na minha vida. Mas há outra emoção maior ainda. Por desígnios divinos, eu, jovem afoito, em uma curva de uma estrada, um acidente de carro me deixou em cima de uma cadeira de rodas. Busquei eu recursos para a minha recuperação fora do Estado e fui-me encontrar lá no interior de São Paulo, na nossa São Vicente. Lá estava eu, há mais de um ano abandonado, longe da família, dos amigos e dos irmãos, sem esperança, talvez, de voltar a viver. Sabem quem foi me visitar? Foi o meu querido irmão Airton Zaffari. Quando eu já estava lá desesperançoso, um ano longe da família, desço pelo corredor e quem encontro? Aquele jovem, de cabelos compridos, da época, e aquele abraço gostoso! Ele me inspirou todo esse sentimento que eu sempre trago comigo: o sentimento de gratidão e o sentimento de reconhecimento por ter por um dia podido fazer parte dessa família, que é, sem sombra de dúvida, a família Zaffari.

Por isso, o meu desabafo de emoção e para dizer que muitas coisas ainda iremos construir, que muitos sonhos ainda iremos buscar. Mas sempre guardando dentro do fundo do meu coração esse reconhecimento de gratidão de ter tido, como tantos outros jovens têm, a oportunidade de poder trabalhar e de construir a sua história.

Por isso, a ti amigo Marcelo, quero que esta homenagem por tua luta e teu trabalho seja recebida como um reconhecimento, não desta Casa Legislativa, mas de todo o povo de nossa Cidade, que tem na empresa dirigida por ti mais um motivo de orgulho em sermos gaúchos.

Que Deus te dê vida longa, para o nosso bem. Muito obrigado.(Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para falar em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Coube a mim, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, falar nesta Sessão e lhe prestar a nossa homenagem. Estou aqui com o meu colega Estilac Xavier, e receba, em nome dos nove Vereadores da Bancada do PT, o nosso caloroso abraço e a nossa saudação.

Nós, meu caro Marcelo, que somos interioranos, como o Ver. Paulo Brum, o senhor, de Herval Grande, da Grande Erechim; eu, de uma pequena cidadezinha, Cunhaporã, para localizar, da Grande Chapecó. Viemos para Porto Alegre com os nossos sonhos, o Paulo dizia com a sua trouxa; eu, com a única maleta que a minha família tinha, mas com muitos sonhos e muitas esperanças na cabeça. “Porto Alegre é demais!” Toda vez que me lembro da publicidade da Companhia Zaffari, lembro-me disso, porque o encanto, o amor, a sinceridade que sua empresa, que todos vocês - acho que conheço todos – têm por esta Cidade, faz com que vocês dêem uma grande contribuição ao desenvolvimento econômico-social da nossa Cidade, desta Porto Alegre que, há muitos e muitos anos, com seu Guaíba, com seus braços abertos, acolheu as primeiras famílias portuguesas, que nos deixaram alguns legados, como o “peixe na taquara”. Muito depois, vieram os italianos, os alemães antes disso, e Porto Alegre sempre acolhendo a todos.

O importante é que você, nosso homenageado, merece, mais do que nunca, o Título de Cidadão Honorário, porque honra esta Cidade, faz com que tenhamos aqui esse desenvolvimento, toda essa capacidade de articular e de trabalhar pelo bem da Cidade. Estamos muito felizes por estarmos aqui, nesta tarde, neste início de noite, para dizer que é preciso continuar nessa mesma trilha da humildade, da sinceridade, do trabalho e desse olhar terno, fraterno e solidário para seus irmãos. Por isso é que vocês são a grande família Zaffari, sem nenhum trocadilho com a “grande família”. Nós temos esse respeito, porque vocês representam essa irmandade, essa solidariedade construída, sofrida e que nós estamos construindo com todo o povo de Porto Alegre. Nós queremos uma Porto Alegre sempre mais aberta, mais solidária, mais amável com todos e todas, porque aqui se juntam raças, etnias, diferenças sociais, mas aqui se constrói com o nosso trabalho, com a nossa repartição do pão e dos benefícios sociais, uma vida melhor.

Nós lhe desejamos um grande trabalho com a sua empresa, com seus amigos e um abraço muito fraterno e que continue com esse coração grandioso e aberto, porque é disso que Porto alegre precisa. Porto Alegre é demais, mas você é mais do que isso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra e falará em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Paulo Brum, proponente desta homenagem e que nos deixou emocionados com a sua fala muito bem dirigida, muito bem composta, queremos cumprimentá-lo por essa sua iniciativa ao oferecer o Título Honorífico ao Marcelo.

Em 1995, tivemos uma oportunidade muito boa de oferecer também um título em reconhecimento ao trabalho dessa grande família Zaffari em prol da nossa sociedade. Homenageamos um dos membros da família: naquela ocasião homenageamos o Pedro João Zaffari. Lembro-me de que foi feita uma festa muito bonita porque, afinal de contas, estávamos, naquela oportunidade, homenageando uma pessoa que simbolizava exatamente todo o trabalho dessa família, que é digno de ser copiado por todos, exemplo que é na sociedade porto-alegrense.

Passados sete anos, vejo o meu amigo Paulo Brum homenagear o Marcelo, e aí eu vejo que a família é composta por onze irmãos. Eu acho, Marcelo, sem desmerecer esse Título que você está recebendo hoje, que todos os irmãos, de alguma forma, em algum momento da história, todos os irmãos Zaffari vão ser homenageados, porque para cada irmão que nós prestamos aqui uma homenagem na Câmara Municipal, eu tenho a certeza absoluta de que há a vontade desta Câmara Municipal de homenagear a todos da família Zaffari.

Estou, aqui nesta tribuna, representando também o meu amigo Ver. Reginaldo Pujol, que forma comigo a Bancada do PFL, aqui nesta Casa, e queremos dizer que numa sociedade em crise como a nossa, quando todas as pessoas pregam as mais diversas estratégias para poder vencer a crise, uma dessas estratégias é exatamente aquela de fazer com que as famílias se apequenem, sejam pequenas famílias, porque o dinheiro que aquelas famílias ganham já não é mais suficiente para mantê-las no seu dia-a-dia, Eu vejo que vocês dão um exemplo de que se houver união, se houver planejamento, se houver esse amor que vocês demonstram uns pelos outros, sempre é possível vencer todas as crises. Se houver gente de liderança, assim como você e seus irmãos são, eu tenho certeza absoluta de que qualquer das famílias que tiver esses ingredientes que vocês demonstram para toda a sociedade pode vencer as crises.

Eu tenho conversado muito com uma pessoa que realmente me é muito cara dentro da família de vocês, a qual estimo muito, que é o Airton. Eu tenho, às vezes, tirado algumas horas do Airton, conversando com ele lá no Zaffari, trocando idéias a respeito de política e de alguns fatos que envolvem o comércio aqui em nossa Cidade. Por intermédio do Airton, eu tenho visto que realmente vocês formam aquilo que é o exemplo de família, com o respeito que têm uns pelos outros, o amor que têm uns pelos outros. Por isso eu penso que este Título que é dado há muito tempo aqui pela nossa Câmara Municipal, que é o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre - e nós temos o nosso querido Telmo Kruse que representa aqui os cidadãos honorários desta Cidade - é dado exatamente para poder homenagear aquelas pessoas que se destacam em nossa sociedade pelos seus feitos, pela capacidade e inteligência que têm, para que eles possam servir, para que outros tantos cidadãos possam segui-los naqueles seus feitos, para que nós possamos ter uma sociedade melhor. E você está sendo hoje um exemplo que deve ser seguido pelos cidadãos porto-alegrenses para que, algum dia, nós possamos realmente compor esta sociedade de uma forma melhor, e nós só poderemos fazer isso por intermédio dos exemplos, e hoje você é o grande exemplo que esta Casa mostra para toda a sociedade, trazendo você para este rol, que é um rol de pessoas ilustres, das pessoas que são reconhecidas como cidadãos honorários desta Cidade. Parabéns a você e a toda a sua família, porque vocês merecem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra pela Bancada do PDT.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Bancada do PDT a qual tenho a honra de representar neste momento na tribuna está toda presente, Marcelo. Nosso Líder, Ver. Isaac Ainhorn, o Ervino Besson, nosso Vereador, o nosso Ver. João Bosco Vaz, o Mauro Zacher, que substitui o nosso Dr. Goulart, que está em licença, enfim, estamos presentes unânimes para nos somarmos a esta homenagem justa e merecida que o Paulo Brum concede a um nome, Marcelo Zaffari, a uma família, a um clã, que honra as tradições do Rio Grande. Eu ampliaria para dizer que é esta uma Sessão e um ato simbólico em função do Rio Grande, porque representa o conjunto Zaffari, o Supermercado Zaffari, a Empresa Zaffari, enfim, o conjunto, a força e a tradição dessa família representa um marco econômico que não deixa, como já está acontecendo no próprio setor liderado por V. S.ª, que esteja esta Cidade e este Estado praticamente dominados por setores alienígenas que, no pretender de alguns, é jurássico não defender.

Mas há anos, nós, no fulgor da nossa juventude, defendíamos “o Petróleo é Nosso” e veio um cidadão, um geólogo Americano, o Mr. Link dizer que não havia nada de petróleo no solo brasileiro. E hoje, há poucos dias, inclusive, foi descoberta uma nova bacia petrolífera e, daqui a pouco, falta pouco, muito pouco, teremos nossa autonomia e a produção de 100% de petróleo no Brasil.

Então, não é jurássico! Não é atrasado, não, defender o que é nosso; o que é nascido aqui, o que aqui é produzido, como a família Zaffari e a sua tradição no seu comércio e na sua atuação.

Um outro rio-grandense nascido neste nosso solo sagrado, Alberto Pasqualini, dizia já, anos atrás, que a grandeza dos homens não se mede pela vida que eles levam, seja uma vida pomposa, ou uma vida obscura. Dizia ele que a grandeza dos homens se mede pelos atos que eles praticam, pelas idéias que eles difundem, pelos sentimentos que eles comunicam aos seus semelhantes. Eu posso afirmar, sem erro de errar, sem sombra de dúvida, que os atos praticados por você, pelas empresas, são atos que frutificam abrangendo e dando emprego, abrangendo e criando riquezas para este Estado, recolhendo impostos. Exemplo de cidadania, circunstância essa liderada pelo Marcelo, tendo ao lado esta grande companheira, a Adulce.

Por isso, esta Casa hoje, Ver. Paulo Brum, não faz apenas um gesto para colocar no galardão dos nossos nomes honoríficos mais um, apenas, não. Ali estará representado - como foi muito bem dito e historiado pelo autor Paulo Brum e pelos que me antecederam e os que vão me suceder nesta tribuna, - e eu acrescento que não será apenas mais uma foto, mais um nome: será um símbolo de que nós gaúchos, não com gauchismo estreito ou atrasado, não, mas que nós estamos atentos, solidários e muito, muito preocupados com que o solo gaúcho não seja tomado por quem vem de outros lugares, embora com direitos, mas que a nós compete defender o que é nosso, genuinamente nosso, tradicionalmente nosso e honradamente nosso.

Portanto, fica aqui a nossa solidariedade, a nossa homenagem. Hoje, a Câmara se engrandece, porque traz - como disse o Ver. Paulo Brum - um dos ícones não só das nossas tradições empresariais, mas um homem probo, digno e um líder que honra as mais caras e honradas tradições deste querido e sagrado solo gaúcho. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em nome do Partido Progressista Brasileiro.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, composta pelo Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Beto Moesch e Ver. João Carlos Nedel. É comum ouvirmos: como passou ligeiro o tempo! Na verdade, o tempo não passa, o tempo é uma longa faixa branca que não tem início e não tem fim e pelo tempo nós vamos passando.

Eu tenho certeza de que, quando o Seu Francisco encontrou a Dona Santina, ele não pensava que ia passar por esta faixa marcando a sua passagem, com o nascimento dos seus filhos, com o trabalho dos seus filhos, e a Dona Santina ao lado dele marcando aquela faixa branca, a passagem.

Lá de Herval Grande, o pedaço da velha Erechim, eles vieram para cá, e começaram a marcar mais a Cidade. O Sr. Francisco foi um dos primeiros a receber a Medalha de Porto Alegre, instituída pelo Prefeito Villela. Há pouco tempo - foi ontem, anteontem, não sei, o tempo não passa, nós vamos passando -, Dona Santina, nós estávamos sentados juntos ali homenageando o Antônio, que recebia, também o Título de Cidadão de Porto Alegre. Mas os onze filhos e os pais fizeram, realmente, uma família extraordinária, e esse espírito de família ficou, este espírito de família continua agregando tudo aquilo que os pais ensinaram. E o Marcelo Zaffari, que hoje é homenageado, claro que não é sozinho, Marcelo; se não fosse a Adulce, em horas difíceis, que tinha que buscar soluções, que tinha que encontrar conforto, lá estava a Adulce para dizer: “estou aqui, fica tranqüilo, vais vencer outra vez”, assim como a Greice, quando o pai chegava cansado, olhava para aquela beleza, já ficava todo contente.

Então, essa família é realmente uma das coisas mais importantes para todos nós. O Marcelo Zaffari sabe carregar a responsabilidade e sabe que tem muita responsabilidade, responsabilidade sobre milhares de trabalhadores que atendem diuturnamente na empresa, tem que cuidar de cada um deles, como disse o Ver. Paulo Brum, que recebeu um cuidado da família, porque há na empresa uma preocupação com os seus servidores, responsabilidade com centenas de milhares de clientes, que precisam ser satisfeitos, e esta preocupação de satisfazer o cliente está presente sempre, na família Zaffari, hoje capitaneada pelo Marcelo. Isto é, realmente, muito importante: fazer da comunidade um pedaço da sua família e sobre ela ter a responsabilidade, e é isso, Cidadão Marcelo, que a Câmara de Porto Alegre hoje está te dizendo: tu vais ter muito mais responsabilidade, porque agora és Cidadão de Porto Alegre, e assim sendo, nós confiamos em que tu possas continuar com essa mesma garra, com esse mesmo entusiasmo, acompanhado de toda a família, servindo à coletividade porto-alegrense, ao Rio Grande e ao Brasil. Saúde e paz! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra e falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Carlos Ribeiro, em seu nome, saúdo a imprensa. Todos assistimos ao depoimento patético, dramático, forte, vindo das emoções do nosso amigo, colega, Ver. Paulo Brum. Essa síntese traduzida pelo proponente da homenagem à cidadania ao Marcelo, por si só representaria os enlevos das nossas falas nesta solenidade.

A Casa tem nesse instituto, nesse instrumento da cidadania, uma forma de relação direta com a Cidade, com o seu povo, com a sociedade. Hoje, não está falando aqui o Vereador, e não falaram os Vereadores: falou a cidade de Porto Alegre, porque aqui está a vontade plural, aqui está verdadeiramente o mosaico ideológico do pensamento de Porto Alegre. Então, está falando a Cidade e esta fala para dar o testemunho da sua gratidão para alguém, que vindo do nosso interior, como grande parte dos presentes, se insere na cidade de Porto Alegre e passa a ajudar a construí-la. O nosso homenageado Marcelo Zaffari é um dos construtores da beleza de nossa Cidade. É um empresário que incorpora na sua ação, que incorpora no seu labor tantos outros fatores que, por si só, estariam a fundamentar a presente homenagem.

Se olharmos a bibliografia produzida e apoiada pelo grupo Zaffari, liderado pelo Marcelo, envolvendo os nossos poetas, os nossos Luizes Coronel, e Mirandas, em trabalhos magníficos, verdadeiros atlas poéticos, onde a empresa ali está junto, sem o que talvez seria impossível a realização desses eventos, desses intentos.

Quando passamos na frente daqueles verdadeiros monumentos arquitetônicos que são os shopping Bourbon, Zaffari, estamos diante de uma beleza que representa qualidade de vida e enriquecimento estético da cidade de Porto Alegre. Chama a atenção essas preocupações e torna o nosso homenageado um empresário singular. Alguém, a sua família, a sua empresa nessa sua saga, estão aos poucos fazendo legenda, Marcelo. Talvez nem nos apercebamos e talvez nem a família do homenageado não se apercebe que está fazendo legenda para a história de Porto Alegre, porque com a sua atividade, com o seu labor, com a sua sabedoria, com a sua inteligência, colecionando e buscando o que há de melhor, não só na expressão das obras arquitetônicas de suas lojas, mas incentivando a cultura, permitindo que as letras gaúchas cheguem ao conhecimento das pessoas, abrilhantando, enriquecendo culturalmente a nossa Cidade.

Então, é um grande entardecer para a Câmara Municipal de Porto Alegre, que tem a oportunidade de agradecer; é a Cidade agradecendo a um dos cultores, a um dos seus obreiros na construção desta magnífica Cidade que tanto amamos.

Eu diria, para encerrar, lembrando Mário Quintana: “Oh! Cidade dos meus andares.”, Marcelo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em nome das Bancadas do PMDB e do PC do B.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A surpresa dos Vereadores é que também falo em nome da Bancada do PC do B, o que me honra muito, e nós temos uma semelhança, que é o vermelho, e é a única. Falo também, com muita honra, em nome do Ver. Sebastião Melo, companheiro de Partido, que te deixou um abraço, Marcelo.

Todas as Bancadas aqui se manifestaram nesta homenagem que o Ver. Paulo Brum propicia a esta Casa, absolutamente importante para que nós pudéssemos fazer uma reflexão sobre essas homenagens, sobre os títulos que nós votamos. Fazer a dissociação do Marcelo com o Grupo Zaffari é extremamente difícil, é complicado, está inserido. O mesmo trabalho do Grupo, dos irmãos, da família, da história está muito vinculado com o nosso homenageado.

Dizia o Ver. Elói Guimarães que nós aqui representamos a pluralidade da Cidade, mas para a nossa cidade de Porto Alegre é evidente que nós temos de fazer esse agradecimento, porque o Grupo Zaffari sempre apostou na cidade de Porto Alegre. O Grupo Zaffari, quando veio, no seu início, acreditava na potencialidade da Cidade; claro que gerava empregos, gerava um equilíbrio social, gerava riquezas, mas acreditava. Fazia aqui todos os seus investimentos, e através dos investimentos do Grupo Zaffari, do Marcelo, dos seus irmãos, trazíamos, ou procurávamos, ou nos aproximávamos do equilíbrio social.

É um segmento – eu não entendo, mas se lê – em que grupos multinacionais entraram no Brasil e certamente devem ter se aproximado muito do Grupo Zaffari, e talvez ficasse mais fácil, mais cômodo para o Grupo Zaffari que pudesse transferir e mudar de ramo, de local, de cidade e de Estado. Mas, não. Marcelo e seus irmãos, acreditando na tradição da família, acreditando na potencialidade desta Cidade, cada vez mais investiram e investem na cidade de Porto Alegre.

Recordo-me, com muita honra, de que, no ano passado, quando presidi esta Casa, participei de duas inaugurações. Mas uma me chamou a atenção, que era aquela loja da Av. Juca Batista. Passávamos, como todos os Vereadores, pelas ruas da Cidade, diariamente, e em dois ou três meses vimos aquele complexo, aquela obra pronta. Foi grande a satisfação que aquela obra deu para a comunidade, leia-se Porto Alegre, com os empregos que aquela loja gera para as pessoas que vivem nesta Cidade, como o Ver. Paulo Brum, que pode hoje estar honrando a tradição desta Casa, um belo e brilhante Vereador, mas que tem a sua origem e o seu reconhecimento lá, quando iniciava as suas atividades, quando era pré-adolescente ou adolescente, pela oportunidade que o grupo Zaffari lhe dava, pela visão que o Marcelo e os seus irmãos, a sua família tinham.

Não por eu ser oriundo de família libanesa, misturado com italiano, mas eu acredito muito na união da família, acredito muito no sucesso quando eu vejo a parceria dos irmãos, o comando da mãe. Isso certamente vai dar certo e quando essa família acredita na Cidade na qual se instalou e na qual cresceu e apostou, não tenham dúvida alguma: o sucesso é absoluto!

Por isso, Ver. Paulo Brum, hoje estamos propiciando e reconhecendo, em nome da cidade de Porto Alegre, esse agradecimento por tudo aquilo que o Marcelo fez e construiu pela nossa Cidade, por tudo aquilo que ele propiciou. Eu tenho a convicção absoluta de que, hoje à noite, quando o Marcelo fizer a reflexão natural ao final da noite, e chegar à conclusão, vai olhar para o seu passado, para a trajetória da sua vida, tudo aquilo que ele conquistou no aspecto familiar – vejo a sua filha, a sua esposa –, mas tudo aquilo que como homem ele propiciou para a sociedade porto-alegrense e certamente vai dormir da maneira mais absoluta e mais tranqüila: com a certeza do dever cumprido, com a certeza do dever de ter ajudado a construir uma cidade mais justa. Parabéns, Marcelo! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convido o Ver. Paulo Brum, proponente desta Sessão Solene, e o Prefeito de Porto Alegre, Sr. João Verle, a procederem à entrega do Título e da Medalha de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcelo Zaffari.

 

(Procede-se à entrega do Título e da Medalha.)

 

É com muita alegria e honra que concedemos a palavra ao nosso homenageado, Sr. Marcelo Zaffari.

 

O SR. MARCELO ZAFFARI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O honroso Título que nos conferem os ilustres Vereadores de Porto Alegre, através da proposição do nobre Ver. Paulo Brum, é para nós um fato que emociona e nos faz sentir com muita clareza o quanto é grande a responsabilidade que temos com a Cidade que nos acolhe.

A partir de hoje, assumimos a condição de Cidadão de Porto Alegre, por uma generosa decisão da Câmara Municipal de Vereadores, mas também por uma profunda identidade espiritual com esta terra e sua gente.

Dignas autoridades, prezados convidados, entendemos que tão alta distinção expressa a consideração que o Poder Público destina à nossa família e ao trabalho que ela desenvolve há 42 anos nesta valorosa Cidade.

Senhora e Senhores, nossa história pessoal é a história de milhares de pessoas que aqui chegam e elegem a Capital como sua cidade. A Cidade acolhe, revela seu ritmo, convida-nos a compartilhar de seus sonhos, aponta-nos caminhos. E, assim, nós nos tornamos porto-alegrenses adotivos. Mais do que berço, a Cidade se torna nosso grande lar.

Amigos, como esquecer a distante infância em Herval Grande, então distrito de Erechim?

Lembramos o quanto nosso tio Vitório e nosso primo Danilo Zaffari aconselhavam nossos pais que seria oportuno transferir a família para a cidade grande; aqui os filhos teriam maior oportunidade de desenvolver suas potencialidades.

Aqui chegamos em 1960, com os braços plenos de força e a alma povoada de esperança.

Dona Santina, que aqui se encontra, como sempre ao lado de seus filhos e cuja presença nos comove, é testemunha dessa árdua jornada.

Mas como o tempo não pára, o nosso comércio de atacado prospera, e nessas andanças e lições que a vida nos confere, num regresso de São Paulo, trouxe comigo a clara visão de que o auto-serviço seria uma forma vitoriosa de comércio para os novos tempos que surgiam. A família Zaffari aprovou a nova iniciativa. Mantivemos o atacado, porém, em 1964 inauguramos o primeiro supermercado, uma pequena loja no Alto Petrópolis. A adesão dos clientes ao nosso estilo de relacionamento foi imediata. Na nossa incipiente comunicação, usávamos a mensagem: “Uma Família a Serviço da Comunidade”. Acreditamos que seguimos fiéis a esse apelo tão simples e verdadeiro.

O convívio afável, a capacidade de ouvir sugestões foram e seguem sempre sendo essenciais para nós.

Dessa forma, fomos construindo o nosso caminho. Fomos nos integrando à paisagem da Cidade, seus bairros e seus moradores. A cada momento, novos desafios e estímulos a novos empreendimentos.

Prezados amigos, mudam os tempos e as regras do mundo se alteram substancialmente. As grandes corporações internacionais se expandem de uma forma irrefreável, se não estivéssemos munidos de conhecimento, se não estivéssemos plenos de coragem e de determinação, teríamos perdido o nosso espaço. Ao contrário disso, com o respaldo da Cidade e o apoio de todos, partimos para uma operação mais ampla, competitiva e aprimorada.

Em 1991, iniciávamos uma nova etapa, como Bourbon Assis Brasil e a sucessão de novos grandes empreendimentos. Por que mencionamos esses episódios? É para dizer, senhores, que aquela empresa que a Cidade acolheu e apoiou, tendo o esquilinho por símbolo e por base o amor ao trabalho, caminha no tempo, sempre respaldada pela fidelidade de seus clientes, pelo apoio de seus fornecedores, pela solidariedade das entidades de classe e pelo inestimável endosso do Poder Público às nossas iniciativas. Porém, senhores, a consolidação de uma empresa envolve seu desempenho, seus projetos e seu legado. E o legado é acima de tudo a relação humana que a empresa estabeleceu. Sentimo-nos orgulhosos em perceber que nossa empresa tem sido uma escola de trabalho para gerações sucessivas. A disciplina, a pontualidade, a alegria de servir que passamos aos nossos funcionários, temos a certeza de que colaboraram com tantos profissionais de sucesso, que nos mais variados campos da atividade profissional hoje triunfam. Exemplo disso, nosso ex-funcionário e hoje Vereador: Paulo Brum. (Palmas.) Fraterno amigo proponente do título que hoje nos é concedido.

Desta forma, Sr. Prefeito, prezados Vereadores, a distinção que esta Casa nos outorga é para nós mais do que um reconhecimento, é uma bênção sobre nossas cabeças e um encorajamento e incentivo a novas realizações, dignas autoridades. Hoje nos é concedida uma espécie de dupla cidadania, mas devemos confessar que lá no fundo de nós, está a infância no interior, as festas, a igreja, onde a fé nos envolveu para sempre. O trabalho desde muito cedo nos convocando às mais pesadas tarefas. A figura do nosso saudoso pai, Francisco José Zaffari, sempre exigente e amigo, impulsionando-nos para que ganhássemos as estradas de nosso País e fôssemos buscar experiência e tenacidade.

Prezados senhores, hoje sentimo-nos acrescidos com o Título que V. Ex.as nos conferem, e saibam os senhores que esse Título não estará apenas fixado em nossa parede; ele estará definitivamente gravado em nosso coração.

Caros amigos, quis o destino que este momento tão valioso para nós ocorresse exatamente na Semana da Pátria e também tão próximo às comemorações da data Farroupilha. É motivo de júbilo para nós esse vigoroso sentimento de Pátria que o Brasil ostenta nos múltiplos campos da atividade humana, e sentimos profundo orgulho em cultuar nossa identidade gaúcha, buscando em nossa história exemplos de coragem e desprendimento.

Amigos, que tão generosamente acolhem o convite e comparecem aqui no Plenário Aloísio Filho, seria equívoco creditar um honroso Título Honorífico de Cidadão Porto-Alegrense apenas ao nosso desempenho pessoal. Como empresário, mesmo ocupando cargos de liderança, sou um componente dentro de um sistema de cooperações interligadas. E assim é necessário dividir a distinção que recebemos, com nossos pais, nossos irmãos, nossos dedicados mais de sete mil e quinhentos funcionários.

Senhoras e senhores, nada nos fortalece tanto perante o mundo quanto a família, e somo gratidão e reconhecimento a minha esposa Adulce. E, para mais ainda nos enternecer, percorre os espaços azuis da América e vem ao nosso encontro minha filha Greice, trazendo em seus braços sua filha Marcella Zaffari Flammia, uma criança como milhares de crianças que deverão povoar este novo século para torná-lo mais humano e digno de viver.

Prezados conterrâneos, cujas presenças tanto nos sensibilizam, falar sobre si mesmo é um exercício de cautela. No entanto, a um homem ao qual V. Ex.as conferem esta homenagem é facultado que expresse algumas avaliações e conceitos. Conhecem os senhores nossa valorização ao trabalho, pois somente através dele o homem se realiza como pessoa e como ente social; para nós a mais bela tarefa do ser humano é unir pessoas em torno de um ideal. Entendemos que qualquer projeto que não tenha fundamento e um compromisso ético é destinado ao naufrágio. Atribuímos à empresa moderna o dever de integração comunitária; na medida de suas possibilidades, a empresa deve apoiar os projetos de benefício social e estender seu estímulo às atividades culturais. E, se viável, promover atividades e práticas que digam respeito aos hábitos, manifestações e tradições de nossa terra gaúcha.

Prezados senhores, acreditamos na força das idéias, acreditamos que o homem não cria problemas que ele não possa resolver, acreditamos que o futuro é fecundado por nossos sonhos e realizado por nossas ações. No campo da ciência e da cultura há um legado que nos instrumentaliza para todo e qualquer desafio, porém nada pode ser mudado se não for enfrentado, pois como disse um grande pensador: “Somos feitos de carne, mas às vezes, temos que ser de ferro.”

Dignas autoridades, convidados que prestigiam este ato, eu vos convido a pensar em nossa Cidade, na origem das cidades, na união das famílias que se integravam sobre a condição de que fossem respeitados os valores e cultos de cada uma delas. Nós nos referimos a esse fato para realçar a fraterna convivência que Porto Alegre preza e consagra.

Dignos Vereadores, senhores e senhoras, a Capital dos gaúchos é uma unanimidade, querida por todos, pelos que nela residem e pelos que a visitam. Que grande alma tem esta Cidade! Quem não percebe sua verdadeira vocação de centro de comércio de toda a redondeza? Quem não percebe que inibir o comércio é adormecer esta Cidade?! Porto Alegre é um convite à felicidade, pelo dinamismo de suas relações comerciais, culturais e turísticas. Há uma consciência de preservação de suas belezas, e há um compromisso de cidadania com a juventude.

Enfim, dignas autoridades, prezados convidados, bem sei o quanto a vida é breve, mas também aprendi o quanto de amor e realização ela nos concede. A cada dia que compuser meu tempo hei de agradecer a graça de viver sob os céus de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Meu caro Marcelo, Dona Adulce, Dona Santina, eu quero, em nome da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, dizer da nossa alegria por homenageá-lo na data de hoje. É uma justa homenagem, aprovada, por unanimidade, pelos Vereadores e Vereadoras desta Casa. Foi um Projeto que tramitou com rapidez, pela autoria do grande Ver. Paulo Brum, e que encontrou entre todos os Vereadores e Vereadoras uma acolhida muito forte.

Na verdade, o Ver. Paulo Brum acabou recebendo declarações de outros Vereadores que gostariam de ter apresentado essa proposição. Sei o quanto é justa a proposição e a homenagem, principalmente a partir do momento em que assumi como Vice-Prefeito de Porto Alegre, na gestão do Prefeito Raul Pont, e comecei a ter com a Empresa Zaffari, contigo e com teus irmãos, uma relação cotidiana, uma relação muito forte, e percebi o espírito empreendedor do Marcelo e da sua família, um espírito empreendedor, ético e humanitário.

Quero destacar, para complementar o que foi dito, algo que certamente tenha sido pouco destacado, mas que eu considero fundamental, que é o espírito humanista da família Zaffari. O espírito empreendedor aparece com muita contundência, e nós nos orgulhamos por termos uma empresa genuinamente gaúcha, com fortes raízes em Porto Alegre, em Passo Fundo, em Canoas, enraizando agora em São Paulo, mas, junto com isso, uma empresa que se dedica, sim, a aperfeiçoar no seu cotidiano a sua relação com os funcionários da Empresa Zaffari. Mas não é só isso: certamente - e exatamente por ser da característica de Marcelo e da família Zaffari não dar veiculação a essas atividades -, a Empresa Zaffari se preocupa sim, com os excluídos desta Cidade e deste Estado, e é por isso que também quero te homenagear em nome da Mesa Diretora pelo “empreendorismo”, pela forma ética e, principalmente, pela forma humanista como tens, juntamente com os teus irmãos e tua mãe conduzido a Empresa Zaffari. Meus cumprimentos. (Palmas.)

Convidamos a todos os presentes para ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense pelo Quarteto de Cordas.

 

(O Quarteto de Cordas executa o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a presença dos senhores e senhoras. Convidamos todos os presente para participarem do coquetel oferecido pelo nosso homenageado no Saguão Nobre desta Câmara onde, também, o Sr. Marcelo Zaffari receberá os cumprimentos.

Obrigado a todos pela presença e uma boa noite.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h41min.)

 

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